quinta-feira, 6 de março de 2008

No Metro















Esta manhã, ao andar mais uma vez pelo metro em Lisboa, reparei que todas as pessoas que estavam ali caminhavam, tal como eu, rumo ao seu destino. Mas, ao observar atentamente entendi que nunca irei saber para onde estas pessoas vão, para onde caminham, o que se passa na sua vida, quais são os problemas que as atormentam, quais serão os seus objectivos, as suas promessas, os seus deveres, os seus amores.... E foi aqui que percebi, ningém, mas mesmo ningém ali se importa com nada. Todas as pessoas tinham aquele olhar, aquele olhar vazio de quem ainda está a observar os seus entes queridos que ficaram em casa, o sorriso do filho, o abraço do marido e o desejo de um bom dia, o pequeno almoço feito pela mãe. Relembram todos esses momentos porque sabem que ao final do dia ião estar nos seus braços de novo, no conforto de casa, no seu lar, onde são quem quiserem sem medos nem receios, porque ali, e só ali, todos se amam e respeitam
. E é neste olhar, neste unico olhar sobre as pessoas, que imaginei como seria se algum dia alguém reparasse em mim e relatasse o que viu, naquele momento, no metro de Lisboa.

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